quarta-feira, agosto 13, 2008

O sistema / 3

Quem não banca o vivo, acaba morto. Você é obrigado a ser fodedor ou fodido, mentidor ou mentido. Tempos de o que me importa, de o que se há de fazer, do é melhor não se meter, do salve-se quem puder. Tempo dos trapaceiros: a produção não rende, a criação não serve, o trabalho não vale.

No rio da Prata, chamamos o coração de bobo. E não porque se apaixona: o chamamos de bobo porque trabalha muito.

(Eduardo Galeano, O livro dos abraços)

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Por que continuo postando os textos deste livro? Simples, este livro foi escrito por este excelente escritor uruguaio, em 1989. Coincidentemente a data em que foram feitas as primeiras eleições presidenciais abertas depois da ditadura no Brasil.

Desde lá, estes textos ainda continuam atuais.

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